quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um desabafo masculino



"Depois de um tempo de intensa solteirice cheguei a triste conclusão de que somos nós, os homens, que transformamos as mulheres em fugazes.

Tudo bem. Eu explico!

Todos nós queremos mulheres legais, sexy, bonitas, inteligentes e boas meninas...  E quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é:  “Oba, me dei bem!  Essa é a mulher que vai construir comigo, que vai ser a mãe dos meu filhos e a mulher que a minha mãe gostaria de ter como nora.”

Daí a gente sai com ela uma vez, duas vezes, várias vezes, ..., a relação fica estável, ..., começamos a encontrá-la depois da faculdade ou do trabalho, ..., vamos ao cinema ou a um barzinho legal, ..., convivemos em família e com amigos, ...., curtimos jantar fora, ..., o sexo rola sempre que dá, ...., tudo legal, até virar uma rotina sem graça!

Daí a gente começa a olhar os caras bem humorados indo a caça, arrasar com a mulherada, e morre de inveja deles, ..., sente falta de dar aquelas cantadas infalíveis, ..., quer reviver aquela olhada quente pra uma gata, ..., quer ter o prazer da conquista e da novidade outra vez!

Daí a gente começa a pensar que não está pronto para se enclausurar nesse namoro, e a mulher “tudo de bom” se transforma numa chata, de quem começamos a sentir aversão quando o nome dela aparece no celular, ou quando nos propõe algum programa outrora legal, ou quando forçamos um tesão quando ela quer transar.

E aquela promessa de vida estável não tem mais razão de ser e, antes mesmo que ela se dê conta, a gente começa a ser indiferente, mentiroso e egoísta, fazendo com que a pobre coitada se questione o que há de errado com ela e o que fez de errado para não merecer nosso amor.

Ela não fez nada! A culpa é nossa mesmo! Queremos voltar ao mercado e ela está atrapalhando!

E tudo que pensamos é em voltar á nossa vidinha de antes, não vendo a hora de sair e arrasar novamente com a mulherada, né?!

Grande ilusão!!!

No início curtimos muito, nos sentimos o macho-alfa outra vez, ..., até que um dia chegamos em casa depois da  “caçada”,  sozinho ou mesmo acompanhado, e ficamos tentando descobrir porque não estamos satisfeitos.

Pode ser porque uma mulher linda, gostosa e misteriosa que com quem saímos nem sequer esboçou interesse genuíno em nós.  Não que quiséssemos algo sério com ela ou com qualquer outra, mas ser tratado assim, sem o menor cuidado ou interesse por parte dela, nos deu uma certa frustração.

E por mais que não queiramos, acabamos pensando naquela mulher legal, de procedência, para quem dissemos que envelheceríamos felizes ao lado, mas a quem deixamos pra trás, alegando desgaste na relação e necessidade de espaço e liberdade...

Pois é...  E enquanto isso, ela, chateada e se sentindo traída, custa a entender os nossos porquês, ..., e a dúvida vira angústia, ..., e a angústia vira raiva, ..., e a raiva precisa ser revidada, dando uma injeção de auto-estima em seu ego fragilizado.

Isso faz com que a doce mulher mande tudo a p#@$,  por achar que amor verdadeiro não existe, e molde sua nova vida e atitudes baseada na imagem daquela descompromissada que atrai facilmente os homens (como atraia a mim); ela resolve não se envolver mais, pra não se machucar, ser traída e depois chutada novamente; deletando os seus sonhos de família, filhos e tal pra sempre.

E assim como o tempo passa para ela, passa para nós também...  Até que um dia encontramos com essa mulher fantástica e algo nos causa nostalgia e arrependimento... 

Nossa! Porque será que ela virou uma mulher enlouquecedora, descolada e descompromissada, definitivamente um vulcão loiro ou moreno que nem olha para nós?"

 

Esse texto me fez lembrar de uma música da Alanis para as mulheres sonhadoras, como eu, que postei no blog em novembro de 2009:

 Tem outra música (está mais pra poesia) que também postei no blog este ano que gostaria de relembrar:
Metade - Oswaldo Montenegro